Promotoria croata investiga Modric por falso testemunho em julgamento

ESPN.com.br com Agência EFE
Getty
Luka Modric no caminho de audiência em Zagreb
Luka Modric no caminho de audiência em Zagreb

A Promotoria croata abriu uma investigação contra o meia Luka Modric, do Real Madrid, por suspeitar que o jogador deu um falso testemunho na última terça-feira durante o julgamento por corrupção do ex-treinador do Dínamo de Zagreb Zdravko Mamic.

A Promotoria considera que Modric modificou seu depoimento em relação às explicações que tinha dado durante a investigação do caso em 2015, o que poderia ser enquadrado como crime de perjúrio, informa nesta segunda-feira o jornal Vecernji list.

Dar falso testemunho na Croácia é um ato passível de pena de até cinco anos de prisão.
Modric mudou seu depoimento em alguns detalhes relativos às datas e modalidades dos contratos que assinou com Mamic, de modo que beneficiaria o treinador de seu antigo clube.

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Mamic está sendo julgado, junto com outras três pessoas, por supostamente desviar até 15 milhões de euros nas transferências de jogadores a clubes estrangeiros, entre eles Modric, bem como por sonegar 1,5 milhão de euros em impostos.

O ex-técnico do Dínamo Zagreb, de 57 anos, é tido como a pessoa que até pouco tempo controlava o futebol croata. Entre as transferências investigadas está a de Modric para o Tottenham, em 2008, em que Mamic teria se apropriado ilegalmente de no mínimo sete milhões de euros.

Metade dos 23 milhões pagos pelo clube inglês pertencia a Modric, que possuía 50% dos direitos de transferência, mas grande parte do dinheiro acabou nas mãos da família de Mamic. "Acredito que o Dínamo obteve pela minha transferência ao Tottenham 21 ou 23 milhões de euros. Parte desse dinheiro foi pago a mim também, com base em um contrato anexo que assinei com o Dínamo sobre a divisão dessa quantia, 50%. Fiz esse acordo com o senhor Mamic", confirmou Modric na última terça-feira.

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O meia do Real Madrid indicou que ele mesmo entregou o dinheiro a Mamic e seus assistentes após tirá-lo do banco em vários lotes. Segundo a versão de Mamic, existia um contrato secreto anexo ao principal que dava a ele grande parte do dinheiro que seria recebido por Modric. No entanto, a Promotoria considera que esse anexo é posterior à transferência e que se trata de um simples truque legal para justificar porque o treinador ficou com o dinheiro.

Ao testemunhar no julgamento, Modric mudou a versão que havia dado em seu depoimento durante a investigação, algo que beneficiaria Mamic.

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Por isso, a Promotoria suspeita agora que o jogador "testemunhou falsamente ter assinado o anexo do contrato profissional em 10 de julho de 2004", segundo o comunicado judicial, que não menciona o nome da testemunha, mas claramente se refere a Modric.

A Promotoria indica que suas declarações de 13 de junho deste ano diferem das dadas em 30 de agosto de 2015 perante o Escritório de Luta contra a Corrupção e o Crime Organizado (USKOK). Após o testemunho de Modric, vários torcedores mostraram decepção com a atitude do jogador ao ajudar Mamic, que para uma parte da torcida simboliza a corrupção no futebol croata.

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Na região da Dalmácia, muros foram pichados com críticas a Modric, chamando-o de "caixa eletrônico" e "fantoche" de Mamic.

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