Ainda que as investigações sobre os motivos que levaram à queda do avião da delegação da Chapecoense tenham começado já na terça-feira, seu resultado pode demorar entre seis meses e um ano, segundo Alfredo Bocanegra, diretor da Aeronáutica Civil da Colômbia.

"Ainda que queiramos ter um resultado o mais rápido possível, a experiência me diz que para ter um resultado acertado sobre o que aconteceu se necessita entre seis meses e um ano", disse a autoridade colombiana, na manhã desta quarta, em entrevista à rádio local "Blu".

Bocanegra falou também sobre o áudio que circula nas redes sociais com a descrição de um copiloto da Avianca, que voava próximo ao avião da Chapecoense, do diálogo com a torre de comando do aeroporto de Medellín antes da tragédia.

A autoridade afirma que o áudio pode ser usado como elemento testemunhal na investigação, assim como "todos os demais tripulantes dos voos que estavam próximos no momento do acidente podem ajudar com o tema".

Segundo o relato que, nas informações do jornal colombiano "El Tiempo", é de Juan Sebastián Upegui, "o RJ85 (avião da Chapecoense) disse de repente 'solicitamos prioridade para proceder à pista, solicitamos prioridade para proceder ao localizador. Temos problemas de combustível (...) agora falha total elétrica (...) ajuda'".

Em seguida, Upegui disse que a controladora ficou em silêncio ao não ouvir mais respostas do RJ85, e os tripulantes do voo da Avianca começaram a chorar, imaginando o avião da Chapecoense estava caindo, segundo o relato.

Bocanegra afirmou que é preciso diferenciar os termos utilizados na linguagem aérea e que "uma coisa é prioridade e outra coisa é se declarar em emergência, que quer dizer que há um perigo insuperável, e é isso que passou".

Com a investigação em andamento, o diretor da Aerocivil não descarta nenhuma hipótese, e "que tudo deve ser levado em conta". "Pode passar qualquer coisa, até (a falta de) combustível", disse, em referência ao que é a principal suspeito no momento de causa do acidente.