'Sou do tempo de colocar Roberto Carlos de atacante no Play': conheça Marinho, a lenda

Francisco De Laurentiis e Vladimir Bianchini, do ESPN.com.br
Veja por que Marinho poder ser um bom negócio para 2017

Mário Sérgio Santos Costa é meio doido, como ele mesmo admite.

Mais conhecido como Marinho, o atacante de 26 anos do Vitória é um personagem peculiar. Afinal, quantos jogadores você conhece que não sabe quantos cartões amarelos levaram, ou que esquecem quando marcaram um gol decisivo numa partida que acabaram de jogar?

Mas o camisa 7 rubro-negro está jogando muita bola. No triunfo por 3 a 2 sobre o Atlético-PR, no último final de semana, pelo Campeonato Brasileiro, só não fez chover no Barradão. Após a partida, foi comparado pelo técnico Argel a ninguém menos que Cristiano Ronaldo.

"No Real Madrid, todo mundo pega a bola para jogar para quem? Cristiano Ronaldo! Joga para o homem decidir. O Marinho está sendo decisivo. A gente tem que passar a bola nele. E toda jogada que a bola caiu na perna dele foi jogada de gol ou meio gol. Nem com falta conseguiram parar. É um jogador numa fase fantástica", elogiou.

Além das loucuras que apronta de vez em quando, e dos belos gols que faz, Marinho é conhecido pela autenticidade total. Fala sem filtros, diz o que lhe dé na telha. E, para ele, todos deveriam ser assim: dizer o que querem, e não o que manda o media training.

O atacante é daqueles que pensam que o futebol está ficando chato.

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Marinho marcou um belo gol de cobertura no início do jogo
Marinho comemora gol pelo Vitória

"Hoje, não pode dar chapéu nem caneta que todo mundo reclama! Eu acho que futebol é alegria, não pode mudar a cultura do nosso futebol, que sempre foi essa. Quando muda demais, fica chato. Entrevistas também são todas iguais. Me perguntaram uma vez no intervalo: 'Marinho, o que tá faltando pra balançar a rede?'. E eu mandei na lata: 'O gol' (risos). Só falei a verdade, mas aí todo mundo ri e me chama de doido (risos)", sorri, em entrevista ao ESPN.com.br.

Em longo bate-papo, o atacante mais carismático do país contou mais de sua vida e carreira, falou sobre sua paixão por videogame e também seus episódios mais peculiares, como o caso "sabia não" e a vez em que esqueceu o gol que tinha feito.

De aluno 'perturbado' ao Corinthians-AL

"Sou de Penedo, no interior de Alagoas. Minha infância foi humilde. Trabalhava junto com meu pai, que fazia muitos bicos, como pintar muros, e eu fazia o 'corre com ele'. Depois do colégio eu ia trabalhar com ele, e antes de jogar bola na rua tinha que limpar terreno. De final de semana, ajudava uma prima da minha mãe que tinha uma banca de frutas e verduras e tirava uma grana extra que me ajudava muito", recorda Marinho.

Na escola, ele estava longe de ser um exemplo de aluno.

"Ganhei uma bolsa de estudos pra jogar por um colégio, estudava e jogava bola pela escola. Mas eu era um aluno perturbado (risos). Sempre passava de ano, tinha o carinho dos professores comigo, mas sabe como é... Eu era aquele que não parava quieto, sempre brincando, mas era um aluno legal (risos). Acabava passando de ano mesmo com umas recuperações. Aí estudava um pouco a mais e dava tudo certo", lembra.

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Marinho leva tranco de Henrique e cai desacordado antes de fazer gol para o Vitória
Marinho já desmaiou em campo pelo Vitória

O começo no futebol foi aos trancos e barrancos. Seus pais queriam que ele fizesse testes no Penedense, que à época estava na primeira divisão de Alagoas, mas Marinho só queria saber de jogar bola com os amigos.

"Falavam pra eu fazer teste, mas eu não queria, porque achava que não ia passar. Daí o Penedense tinha uma escolinha paga e minha mãe inventou de me colocar lá, mas eu não queria. Não queria que eles gastassem dinheiro comigo pra jogar bola, preferia jogar na rua com a minha turma mesmo", conta.

As agruras da infância humilde foram aos poucos moldando seu jogo. E, assim como faz em campo, Marinho mostrou talento desde cedo para driblar as dificuldades.

"No fim, ela me convenceu. Nos primeiros meses, eu não tinha chuteira. Ia ter que ficar um mês sem até minha mãe receber o salário. Aí eu criava passarinhos, gosto desde moleque. Tinha um chamado Chupim, que era um papa-capim que o bairro todo queria comprar, mas eu não vendia, porque gostava muito dele. Só que resolvi vendê-lo porque precisava da chuteira. Fiquei triste... Ele cantava pra caramba!", relembra.

Assista ao triunfo do Vitória sobre o Atlético-PR por 3 a 2

Na escolinha do Penedense, Marinho rapidamente chamou a atenção. Apenas um mês depois de se matricular, ganhou uma bolsa do presidente do clube, que livrou seus pais da mensalidade. A chuteira tão batalhada rapidamente rasgou, mas em seguida já ganhou outra de presente. Subiu ao sub-20 ainda adolescente e foi levado pelo Corinthians-AL, clube que revelou o zagueiro Pepe e o volante Luiz Gustavo.

"Fui fazer um teste de três semanas lá e passei. Recebia uma ajuda de custo só nessa época. Fomos campeões estaduais sub-20 e eu tinha só 16 anos!", relata.

De Alagoas para o Brasil

Só que o Corinthians-AL acabou com o projeto que tinha na base e Marinho teve que voltar para casa. Quando achava que não iria virar, acabou indo fazer testes no Santos.

"Passei uns meses no Santos, morando na Vila Belmiro. Joguei com o goleiro Rafael Cabral, que hoje está no Napoli, com o Serginho, que está no Ceará, e também o Neymar, pois eram todos quase da mesma idade que eu. Mas não quis assinar contrato, que era só de seis meses, achei que não daria tempo para mostrar meu trabalho", revela.

"Fiquei uns quatro meses na Baixada quando recebi uma ligação do presidente Juca Vasconcellos, do Penedense, que falou pra eu ir para o Rio de Janeiro que ele tinha arrumado uns testes. Treinei no Vasco, no Flamengo, mas acabei gostando mais do Fluminense. A estrutura era muito boa, e o time também. Pensei: 'É isso que eu quero, um time forte pra eu mostrar meu jogo'. Aí fiz o teste e passei", lembra,

Em Xerém, o atacante seguiu sua evolução e foi ganhando seu espaço.

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Marinho brilhou no triunfo do Vitória diante do Atlético-PR
Marinho é um dos destaques do Brasileirão

"O Edgar Pereira, treinador que revelou muito jogador bom no Flu, me colocou como titular logo de cara. Mas lá, a cada categoria que você sobe, precisa mostrar sua qualidade. Nosso time era ótimo, tinha Wellington Nem, Wellington Silva, Allan e fomos campeões cariocas, e eu tive muitas oportunidades. Nisso o Renato Gaúcho me chamou para o profissional, e lá fui eu", relata.

Até hoje, Marinho diz ter gratidão infinita a Renato Gaúcho.

"Ele me deu muitas chances, e eu joguei a Série A já em 2008, com 18 anos. De lá, tudo aconteceu rápido demais. Sou muito grato ao Renato, que é uma figuraça. Ele mandava todo mundo tocar a bola pra ele nos rachões, senão ele falava que não ia escalar (risos). Aí eu passava, né? Tem que respeitar", diverte-se.

Seu futebol pela equipe das Laranjeiras chamou a atenção do Internacional, que o contratou em 2009 por cinco anos. Até foi campeão gaúcho pelo Colorado, mas acabou não sendo muito aproveitado e passou anos rodando por empréstimos: Caxias-RS, Paraná, Goiás (foi campeão goiano e da Série B em 2012) e Ituano.

Em 2014, foi contratado pelo Náutico, mas também não se firmou. Ele brilharia mesmo no ano seguinte, quando chegou ao Ceará, clube no qual estourou para a mídia.

"Sabia não"

Em Fortaleza, Marinho explodiu e virou ídolo da torcida. Fazendo um gol atrás do outro, distribuindo assistências e com grandes atuações, o canhoto foi decisivo na conquista da Copa do Nordeste de 2015, em cima do favorito Bahia.

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Marinho descobre que foi suspenso após tirar a camisa
Marinho: 'Sabia não! Que m..., hein?'

Começou a Série B daquele ano mantendo o nível e sua série goleadora. Mas o atacante ganhou fama nacional mesmo depois de sua famosa entrevista em que revelou não saber que tinha tomado o terceiro cartão amarelo e estava suspenso do próximo jogo do "Vozão".

"Tô fora? Que merda hein... Sabia não, só tomei contra o Atlético-GO, não sabia que tinha dois cartões", disse.

Após o jornalista ter falado que era o segundo cartão recebido pelo mesmo motivo (tirar a camisa), o jogador se surpreendeu ainda mais. "É? que merda hein, não sabia. Ah, vocês me falaram agora, que merda. Ah, comemoro mesmo, tô cansado, véio", desabafou o atacante, que logo em seguida saiu de campo cabisbaixo.

A entrevista super-sincera repercutiu nos quatro cantos do Brasil. Marinho apareceu em todos os programas esportivos e virou uma celebridade. Ganhou fama, e suas frases viraram até música, após serem mixadas em ritmo de samba.

Com seu bom humor característico, o camisa 7 não vê problema algum em falar sobre o episódio, diferente de muitos de seus colegas. Até hoje ele gargalha ao lembrar suas declarações na Arena Castelão, e admite que a fama de maluco irá lhe acompanhar para sempre, como aconteceu depois que ele se transferiu do Ceará para o Cruzeiro.

"O pessoal fala que sou doido o tempo todo (risos). No Cruzeiro, eu era o Marinho Doido (risos). Quando cheguei lá, o pessoal já colocou logo no primeiro dia no vestiário a musiquinha do 'Sabia não' (risos). Que resenha, pai...", brinca.

"Foi bom, porque eu cheguei já me enturmando com a galera e dando risada. A galera lá era sensacional, todo mundo era fã da entrevista (risos). Eu acho é graça disso tudo, até hoje todo mundo me manda áudio e vídeo, eu só dou risada. O que vale do futebol é isso! São as amizades, as resenhas. É isso que fica", suspira.

Marinho diz que virou até ídolo infantil depois do divertido acontecimento. Em Salvador, onde mora desde 2015, quando foi emprestado pelo Cruzeiro ao Vitória - e depois contratado em definitivo pelo "Leão - ele é uma celebridade.

"A criançada adora brincar comigo. Quando me veem na rua, logo falam: 'Você é o 'Sabia não', né (risos)?'. Minha vida mudou muito por causa disso. Acho que no fim até despertou a curiosidade das pessoas para saber se eu era bom de bola ou não. Como estou jogando bem, isso ajuda demais", afirma o matador.

Marinho se compara a Robben e prefere esquecer 'entrevista mais sincera do ano' 

"As crianças do meu condomínio me param e pedem pra tirar foto comigo. Uma mãe chegou e falou: 'Marinho, ele é seu fã! Quando você não está em campo, ele nem quer ver o jogo do Vitória. Mas quando você joga, é uma felicidade só'. Isso é bom demais, fico muito feliz. Acho que estou no caminho certo, pois quando você vê as crianças te admirando, é porque você está fazendo algo legal", ressalta.

Marinho salienta que prefere aparecer por seu futebol do que pelas entrevistas engraçadas, mas assegura que seguirá sendo extremamente sincero ao microfone.

"Eu não quero aparecer sempre como um personagem, o cara maluco. Eu quero mostrar meu futebol primeiro, e que as pessoas vejam meu lado irreverente, mas também que sou um bom jogador. As pessoas estão me conhecendo em campo e vendo esse momento excelente pelo qual estou passando. Estou aproveitando para jogar com alegria e me divertir. É um reflexo do que sou fora de campo", diz.

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O dia em que esqueceu que fez um gol

Em jogo entre Vitória e Cruzeiro, na Copa do Brasil deste ano, Marinho ganhou as manchetes mais uma vez por um motivo inusitado. Ele recebeu uma forte pancada na cabeça e "apagou" em campo. O treinador queria substituí-lo, mas o jogador pediu para ficar, mesmo ainda zonzo. Acabou marcando um gol. Depois, não lembrou de nada.

"Cara, eu bati a cabeça muito forte nesse jogo numa dividida. Fiquei sem enxergar nada, saí de campo meio desacordado. Aí quando eu estava fora do campo, falaram que iam me tirar, mas a vontade de ficar era tão grande que eu fiz tudo errado, fui contra os médicos e tudo mais, e disse que estava bem", recorda, meses depois.

"Voltei pro campo totalmente grogue, recebi uma bola e fiz o gol. Eu não lembrava de nada. Perguntei: 'Thiago (Real), quando tá o jogo?'. Ele respondeu: '2 a 1'. 'E quem fez o nosso gol?', eu perguntei. Aí ele responde: 'Foi você, Marinho' (risos). Eu virei as costas e saí correndo. Foi uma coisa muito louca! Eu não lembrava nada no vestiário. Fui na ambulância ver se estava tudo bem. Daí voltei ao normal, mas não vinha nenhuma lembrança. Eu fui ver o gol na televisão depois, não sabia o que tinha feito", garante.

Marinho leva tranco de Henrique e cai desacordado antes de fazer gol para o Vitória

Hoje, Marinho diz que a pancada na cabeça até lhe ajudou a fazer o gol.

"Na hora do cruzamento, eu entrei entre o zagueiro e o lateral e dei de primeira no contrapé do Fábio. Acho que se eu estivesse bom da cabeça iria ter tentado dominar ou fazer alguma coisa diferente, e ia acabar errando (risos)!", gargalha.

Atualmente, porém, o camisa 7 garante que está com a cabeça em ordem.

"O médico me falou que isso pode acontecer, é algo comum. Teve um colega meu do Atlético-PR que disse que uma vez teve um choque parecido de cabeça e perdeu a memória na hora! Podia ter sido pior... Eu pelo menos esqueci só um gol (risos)", brinca.

A paixão por videogame

Marinho é tão apaixonado por jogar futebol no videogame que até utiliza os games como metáfora para falar do que gosta e do que não gosta no esporte atualmente.

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Roberto Carlos ficou no Real Madrid durante 11 temporadas e entrou para a história do clube
'Tinha que colocar o Roberto Carlos de atacante'

"O futebol de hoje está muito automático, parece que estão todos jogando Fifa ou PES (Pro Evolution Soccer). É tudo robô (risos)! O negócio bom era antigamente... Sou do tempo de jogar no Playstation 1 e colocar o Roberto Carlos no ataque (risos). Era bomba de fora da área toda hora, dois toques no quadrado e era caixa (risos). Eu jogava tanto que o botão do meu controle até afundou", relembra, saudoso.

O atleta é fã de jogos vintage, e tem "ódio eterno ao videogame moderno". Principalmente porque seu próprio personagem na série Fifa não reflete seus reais atributos, segundo ele mesmo.

"Os jogos do Play 1 eram muito bons, os de hoje são muito lentos. Comprei o Fifa novo e fui jogar com o Vitória, mas meu boneco era lento demais, não passava um zagueiro! Como os caras me fazem lerdo se a velocidade é uma das minhas melhores armas (risos)? Porra, ainda me fizeram destro! É mole? Eu sou canhoto! Tive que editar meu boneco, senão não dava!", reclama, enfurecido com seus estatísticas virtuais.

"Outro dia comprei um Super Nintendo, que é meu videogame favorito. Adoro jogar Donkey Kong, Super Mario e Mario Kart, passo o dia inteiro jogando se deixar. É pra matar as saudades da infância, mesmo. Meu preferido de todos até hoje é Top Gear, é bom demais! Os jogos de hoje são chatos, futebol mudou demais no game", afirma.

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Marinho comemora gol sobre o Atlético-PR no Brasileiro de 2015
Marinho comemora gol pelo Cruzeiro

Marinho, aliás, diz que não troca jamais uma tarde de videogame com sua filha por uma balada.

"Minha filha tem só quatro meses, aí eu jogo direto com ela. Coloco ela no colo e ela fica babando na TV vendo os personagens. Tem que ficar de olho nela, né? Não saio mais de casa, não tem como. Mas sou um cara comum, não curto muito sair, fico em casa, na tranquilidade", diz o camisa 7, que é fã de vários tipos de música.

"Curto tudo! Apesar de ser alagoano, gosto muito de música da Bahia, os pagodes baianos são demais. Adoro um sertanejo, arrocha, o que tiver tocando!", conta o "CR7 do Nordeste", que se inspira nos ritmos regionais para fazer suas danças malucas em comemorações de gols.

"Eu gosto de fazer as danças, e elas tão ficando cada vez mais malucas (risos). Contra o Fluminense, o jogo tava tão quente que eu fiz uns passos que nem eu mesmo entendo o que foram (risos). O pessoal riu demais de mim por causa dessa, estão até agora tirando sarro. Foi uma dança bem doida mesmo", diverte-se o irreverente jogador.

Confira os gols do empate por 2 a 2 entre Flu e Vitória

Sinceridade, visual moderno e a grande fase no Vitória

Marinho é um espírito livre. Não gosta de ser controlado nem em campo e muito menos nas entrevistas que dá. Para ele, o mundo ideal é um mundo sem filtros.

"Hoje, não pode dar chapéu nem caneta que todo mundo reclama! Eu acho que futebol é alegria, não pode mudar a cultura, que sempre foi essa. Quando muda demais, fica chato. Entrevistas também são todas iguais. Me perguntaram uma vez no intervalo: 'Marinho, tá falando o que pra balançar a rede?'. E eu mandei na lata: 'O gol' (risos). Só falei a verdade, mas aí todo mundo ri e me chama de doido (risos)", sorri.

Seu jeito aparece também no visual, que costuma mudar a cada jogo.

"Eu gosto muito de mudar o visual, não gosto de ficar sempre do mesmo jeito. É um pouco da minha personalidade. Já raspei, já fiz moicano, já pintei de loiro, mudo toda hora. Acho bonito e bacana. E, como sou casado, nem preciso esquentar mais a cabeça com negócio de beleza. Estou garantido já (risos)", diverte-se.

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Marinho marcou dois gols e deu uma assistência
Marinho comemora gol contra o Atlético-PR

"Tem muito jogador com a 'lata' estragada. Não me considero bonito, não. Só sou um cara bem arrumado (risos). Não me visto pra agradar ninguém, só a mim mesmo, pra me sentir bem comigo mesmo", afirma o atleta, fã de tatuagens: tem uma para cada membro da família. "Eles são o que eu tenho de mais precioso, são a minha vida", emociona-se.

Marinho também fica com a voz tremida quando fala do Vitória, time no qual se encontrou e pelo qual vem fazendo um grande Brasileirão, após amargar a reserva no Cruzeiro. Ídolo da torcida rubro-negra, ele é a grande esperança do "Leão" para fugir do rebaixamento na reta final do torneio, brigando ponto a ponto com o Inter.

"Tem poucas coisas melhores que sentir o amor da torcida. E isso você não ganha de graça, tem que ralar a conquistar. Desde que cheguei aqui, todos acreditaram em mim, porque eu vim pra ajudar. A torcida nos empurra, e, sem eles, essa recuperação que estamos conseguindo não seria possível. Eles acreditam em mim, e eu só tenho que agradecer pela oportunidade e por tudo o que está acontecendo de bom", celebra.

Marinho vê sequência difícil do Vitória e diz: 'O clube tem que permanecer aonde é o lugar dele'

"Eu dou a vida pelo clube que defendo, pois é o mínimo que posso fazer. Quando visto a camisa, não tem essa de tirar o pé. Pode ter certeza que vou fazer de tudo para que esse clube não caia. O lugar do Vitória é na primeira divisão. Aqui não tem vaidade, ninguém quer aparecer mais que o outro e ser herói. Aqui só tem trabalho sério", brada.

"Se precisar, eu bato a cabeça e esqueço tudo de novo. O importante é ficar na Série A".

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