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Salão do 'Tempero de Minas', restaurante de Levir em Curitiba, com camisa do Atlético-MG

Neste sábado, o técnico do Atlético-MG, Levir Culpi, viverá uma situação especial em Curitiba. Ele voltará à cidade onde nasceu e deu os primeiros passos no futebol para enfrentar o Coritiba, às 18h30 (horário de Brasília), pelo Campeonato Brasileiro.

Na capital paranaense, Levir fatura um extra com dois restaurantes (um de comida mineira e outro de japonesa) de sua propriedade, além de estar atualmente "proibido" pela família de treinar clubes locais.

O técnico é dono do "Tempero de Minas" e do "Azuki Sabores do Japão", que fazem muito sucesso entre os curitibanos. Eles são administrados por sua mulher, Marília, e pela irmã do treinador, Leodete, que foram na onda da paixão culinária do comandante.

"O restaurante mineiro no mês que vem vai fazer 20 anos. Abrimos em 1995, e, graças a Deus, vem dando certo até hoje. Já em 2007, quando o Levir voltou ao Japão, resolvemos abrir o restaurante japonês no sistema de rodízio na esteira rolante, que vai completar sete anos em janeiro do ano que vem. Também faz sucesso, pois é de um estilo muito diferente", conta Marília, em entrevista ao ESPN.com.br.

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'Azuki' tem rodízio japonês em esteira

Apesar de ser paranaense com orgulho, Levir se apaixonou pela cozinha mineira em 1994, quando foi treinar o Atlético-MG pela primeira vez. Ele almoçava diariamente com a família no restaurante "Mineirinho", no centro de Belo Horizonte, e ficou amigo dos donos.

Resolveu, ao lado da família, tentar aventurar-se com um restaurante semelhante na capital do Paraná. Os amigos de BH contribuíram com o know-how e as receitas, e o "Tempero de Minas" abriu as portas em 1995, funcionando até hoje e sempre lotado - o atrativo é o fogão a lenha, marca registrada do local.

"Apesar de ser dono, ele não palpita muito no cardápio. As comidas mineiras favoritas dele são feijão tropeiro e vaca atolada. Ele também gosta muito da comida japonesa, come tanto os pratos quentes quanto os frios. Na verdade, ele gosta de tudo, gosta mesmo é de comer bem (risos). Come e prova de tudo!", revela Marília.

Dois anos depois da inauguração do "Tempero", a família Culpi mudou-se para o Japão, onde Levir foi treinar o Cerezo Osaka. Apaixonaram-se pela culinária oriental, e já deixaram planejado um novo projeto. O "Azuki Sabores do Japão" saiu do papel em 2007, quando o técnico foi novamente para o Cerezo, e também segue "bombando".

Morando longe, Levir raramente tem tempo de visitar seus restaurantes, mas conseguiu passar por eles no início da semana, depois do empate por 2 a 2 com o Joinville, no último domingo, pelo Campeonato Brasileiro.

"Ele veio aqui na segunda-feira, almoçou no 'Tempero de Minas' e jantou no 'Azuki', mas depois teve que ir embora. Sempre que pode ele dá uma passada, a gente se encontra, ele cumprimenta os clientes. O pessoal gosta muito dele", relata a esposa.

Crise no Brasil e Levir proibido de treinar

Não é segredo para ninguém que o Brasil vive um momento turbulento na economia. No entanto, a crise parece não ter afetado com tanta força os negócios da família Culpi.

"Sentir (os efeitos da crise) todo mundo sente um pouco, né? Mas o 'Tempero de Minas' é um restaurante de centro de cidade, nós temos muitos clientes de todos os dias. Quem tá no centro tem que comer em algum lugar, temos aquela clientela fiel", ressalta.

"No 'Azuki' a gente sentiu um pouco mais, não dá pra dizer que não sentiu, principalmente porque em Curitiba, quando faz frio, o pessoal migra para outras comidas, como sopa. Mas não dá pra reclamar, pois temos clientela fiel", completa.

O sucesso dos restaurantes é tanto que a família de empreendedores desafia a crise já prepara o lançamento de franquias tanto do mineiro quanto do japonês. A primeira filial do "Azuki" está sendo construída e começará a funcionar no ano que vem.

Gazeta Press

Levir: 'proibido' de treinar em Curitiba

O único porém dos restaurantes atualmente é que Levir foi "proibido" pela própria família de voltar a treinar equipes do Paraná - ele já trabalhou tanto no Coritiba quanto no Atlético-PR e no Paraná Clube. Segundo Marília, os torcedores não sabem "separar as coisas".

"Já teve muita saia-justa aqui no restaurante, viu... Cobrança de torcedor tem muita, a gente já até proibiu o Levir de treinar os times daqui. As pessoas falam muito, vão cobrar porque empatou, porque ele não escalou 'fulano', 'ciclano'...", reclama Marília.

A mulher do treinador diz que os empreendimento da família nunca sofreram com a ação de vândalos, maior temor do técnico atleticano, mas os Culpi preferem que as coisas sigam do jeito que estão.

"As pessoas não separam as coisas. Eu estou lá trabalhando, não vou lá pra ouvir reclamação de torcedor. Vou te contar um episódio: lá tem várias camisas de times decorando o salão, mas um dia um torcedor chegou no caixa e falou: 'Não venho mais aqui se na próxima vez não tiver uma camisa do Corinthians na parede'. Eu falei: 'Olha, só vai ter camisa do Corinthians se o dono do restaurante for treinar o Corinthians'. Ele não sabia que o restaurante era do Levir, ficou um pouco constrangido", narrou.

Na última sexta-feira, aliás, o próprio Levir admitiu que não se sente confortável quanto tem que ir jogar em Curitiba. No entanto, extravasou e brincou durante sua coletiva de imprensa na Cidade do Galo, provocando os jornalistas e dizendo que os fãs do Atlético-MG que quiserem experimentar a cozinha do "Tempero de Minas" antes do duelo com o Coritiba não precisarão pagar a conta.

"O desconto para imprensa foi reduzido em 2% [antes era de 3%], porque da última vez ninguém foi lá. E para os torcedores? Torcedor não paga. Se aparecer com camisa do Atlético, não precisa pagar", sorriu o treinador e empresário.

Agora, é só torcer pra não sair com um resultado indigesto do Couto Pereira...