Após escândalo, Concacaf anuncia rescisão com empresa de J. Hawilla

ESPN.com.br
Gazeta Press
Brasileiro José Hawilla, dono da Traffic, é um dos que admitiram culpa em escândalo da Fifa
Brasileiro José Hawilla, dono da Traffic, é um dos que admitiram culpa em escândalo da Fifa

Após o escândalo de corrupção no futebol que estourou no final de maio, a Concacaf (Confederação de Futebol das Américas do Norte, Central e Caribe) anunciou nesta terça-feira que rescindiu o contrato com a Traffic Sports USA, braço da Traffic, empresa do brasileiro José Hawilla, que é um dos investigados na operação do FBI e do Departamento de Justiça dos EUA.

"A Concacaf e a Traffic Sports USA anunciam hoje que sua parceria corporativa está encerrada. A decisão foi tomada mutuamente após discussões entre as duas organizações, e não irá ter efeito na capacidade da Concacaf em cumprir suas obrigações existentes referentes a patrocínios e futuros torneios", escreveu a entidade, em comunicado.

Hawilla é um dos quatro investigados que já se declararam culpados de acusações que incluem extorsão, fraude e conspiração para lavagem de dinheiro, entre outros delitos. O norte-americano Chuck Blazer, ex-presidente da Concacaf, é outro dos delatores.

No dia 12 de dezembro de 2014, segundo informa a justiça norte-americana, Hawilla se declarou culpado das acusações de extorsão, fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e obstrução de justiça e concordou em pagar multa de 151 milhões de dólares (mais de R$ 450 milhões), sendo que US$ 25 mi (R$ 66,2 mi na cotação da época) foram acertados no ato.

Cinco meses mais tarde, em 14 de maio de 2015, duas empresas do grupo Traffic, de Hawilla, a Traffic Sports USA e Traffic Sports International Inc. também se declararam culpadas da acusação de conspiração para fraude. São as únicas pessoas jurídicas citadas como acusadas no documento da justiça dos EUA.

REUTERS/Nacho Doce
Traffic Sports Sede São Paulo 27/05/2015
Sede da Traffic Sports, em São Paulo

Antes disso, em julho e outubro de 2013, Daryll e Daryan Warner, filhos do ex-presidente da Concacaf Jack Warner, já haviam admitido culpa - o segundo também pagou multa, de 1,1 milhão de dólares (R$ 2,9 mi). Em novembro de 2013, Charles Blazer, ex-secretário-geral da Concacaf e ex-representante dos EUA no Comitê Executivo da Fifa, se tornou o quarto investigado a se declarar culpado - seu pagamento foi superior a US$ 1,9 milhão (R$ 5 mi).

Segundo o FBI, "todo o dinheiro pago pelos réus está sendo mantido em reserva para garantir sua disponibilidade para satisfazer qualquer ordem de restituição que entre na sentença, para o benefício de quaisquer pessoas ou entidades que se qualificam como vítimas de crimes dos réus sob a lei federal" norte-americana.

Hawilla trabalha para o FBI desde o final de 2013, quando passou a utilizar grampos para gravar conversas com corruptores. A Traffic é a maior agência de marketing esportivo da América Latina, e cuidava de diversos contratos da Concacaf.

Getty
Chuck Blazer 1
Chuck Blazer, ex-presidente da Concacaf

O grupo de Hawilla tinha os direitos das Copas Ouro de 2015, 2017, 2019 e 2021, além das próximas sete edições da Liga dos Campeões da Concacaf.

"A Concacaf vai cuidar de contratos de patrocínio através de seu próprio departamento de marketing. Os processos futuros estão sendo discutidos em um Comitê Especial", assegurou a entidade, sediada em Miami, no mesmo comunicado.

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