Em Congresso da Fifa, Blatter anuncia show e pede 'reflexão' sobre escândalos no futebol

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Alexander Hassenstein/FIFA via Getty
Joseph Blatter Discurso 65º Congresso Fifa Zurique 28/05/2015
Joseph Blatter discursou normalmente no Congresso da Fifa

Após o estouro do escândalo de corrupção que terminou com a prisão de sete "figurões" do futebol mundial, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, discursou normalmente nesta quinta-feira, na abertura do 65º congresso da entidade máxima do futebol, em Zurique, um dia antes da eleição para a presidência da entidade.

Repetindo a velha ladainha, ele disse que os culpados pelos crimes são uma "minoria" e garantiu que a Fifa está cooperando para acabar com a corrupção no esporte.

"Sei que muitos me acham responsável por tudo isso, mas não posso monitorar a todos todo o tempo. Se as pessoas fazem coisas erradas, elas fazem de tudo para esonder. Não vamos permitir que ações erradas de alguns destruam o trabalho árduo de muitos, de uma maioria que trabalhou tão intensamente pelo futebol", afirmou.

"Faremos de tudo para cooperar com as autoridades para revirar tudo de baixo pra cima, de cima pra baixo, e encontrar todos os culpados e envolvidos. Na Fifa, não pode haver lugar para a corrupção de nenhuma forma", prosseguiu.

"Nos próximos meses, não será nada fácil para a Fifa. Tenho certeza que outras más notícias virão, mas faremos de tudo para recuperar a confiança em nossa organização. O futebol, os torcedores e os clubes merecem muito mais, e precisamos responder à altura", concluiu.

Após o discurso, Blatter anunciou que teria início um show de dança e música na sede da Fifa, com motivos que representam o "espírito do futebol". O suíço pediu que, enquanto assistiam ao espetáculo, os dirigentes presentes no congresso refletissem sobre os escândalos que abalaram o futebol mundial.

"Peço que apreciem esse show, mas também reflitam no fato de que nós, a maioria dos dirigentes, estamos no futebol porque gostamos, e não pela cobiça e pelo poder, mas porque temos amor por esse jogo", ressaltou.

Na sexta-feira, Blatter concorrerá com Ali bin Al-Hussein, príncipe da Jordânia e vice da Fifa na Ásia, para tentar seu quinto mandato seguido à frente da entidade.

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Entenda o caso

A dois dias da eleição para a presidência, um terremoto sacode a Fifa. Na madrugada desta quarta-feira, horário brasileiro, uma operação especial das autoridades suíças, sob liderança do FBI, prendeu sete executivos importantes da entidade sob a acusação de corrupção, entre eles José Maria Marin, ex-presidente da CBF. O grupo dos detidos será extraditado para os Estados Unidos a fim de uma maior investigação sobre o assunto na federação mais importante do futebol mundial.

Segundo nota oficial do Departamento de Justiça norte-americano, 14 réus são acusados de extorsão, fraude e conspiração para lavagem de dinheiro, entre outros delitos, em um "esquema de 24 anos para enriquecer através da corrupção no futebol". Sete deles foram presos na Suíça. Além de Marin, Jeffrey Webb, Eduardo Li, Julio Rocha, Costas Takkas, Eugenio Figueredo e Rafael Esquivel. Um mandado de busca também será executado na sede da Concacaf, em Miami, nos EUA.

Colaborador da ESPN, Jamil Chade resume a quarta-feira histórica para o futebol mundial

O brasileiro J.Hawilla, dono da Traffic, conhecida empresa de marketing esportivo, é um dos réus que se declararam culpados, assim como duas empresas de seu grupo, a Traffic Sports International Inc. and Traffic Sports USA Inc. Em dezembro de 2014, segundo a justiça dos EUA, ele concordou em pagar mais de 151 milhões de dólares, sendo que US$ 25 mi foram pagos na ocasião. As acusações são de extorsão, fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e obstrução de justiça.

Além de Hawilla, também se declararam culpados o norte-americano Charles Blazer, ex-secretário-geral da Concacaf e ex-representante dos EUA no Comitê Executivo da Fifa; Daryan e Daryll Warner, filhos do ex-presidente da Fifa Jack Warner.

EFE/Walter Bieri
Joseph Blatter Discurso 65º Congresso Fifa Zurique 28/05/2015
Joseph Blatter em discurso na sede da Fifa: clima de festa

Veja quem são os 14 acusados no escândalo:

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